sexta-feira, 7 de março de 2014

A Tragédia que se reproduz, por Ivam Galvão

No dia 8 de março de 1857, na cidade americana de Nova Iorque, operárias de uma tecelagem fizeram greve... Ocuparam a fabrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, diminuição da jornada de trabalho, que para elas eram de 16 horas, equiparação de salários aos dos homens pelo mesmo trabalho, tratamento digno dentro do ambiente de trabalho etc..

A manifestação foi reprimida com uma violência brutal, as mulheres foram trancadas dentro da fabrica que foi incendiada e 130 mulheres trabalhadoras morreram carbonizadas.

Passados 53 da tragédia, no ano de 1910,  numa conferência na Dinamarca ficou decidido que o dia 8 de março seria ''DIA internacional da Mulher", mas só em 1975 a data foi oficialmente reconhecida pela ONU.

Com o passar dos anos, muitos avanços foram conquistados, mas em vários lugares do mundo a mulher continua sendo tratada como ser inferior.

No Brasil, a primeira grande conquista da mulher se deu em fevereiro de 1932, onde as mulheres passaram a ter direito ao voto. A partir daí o avanço tem sido bastante lento.

Ainda  nos dias atuais, nossa sociedade continua tratando a mulher como coisa de terceira  ou quarta categoria. São elas que são estupradas por pai, padrastos, irmãos e vizinhos. São elas que sofrem assédio sexual no ambiente de trabalho. São elas que são violentadas ao voltarem da escola e faculdade. São elas que continuam sendo espancadas, humilhadas e mortas por maridos, amantes e namorados. Elas é que são a maioria vivendo na miséria, ou abaixo da linha da pobreza.

O quadro é assustador, ainda hoje, como 1857 as mulheres continuam lutando por melhores condições de trabalho, continuam lutando pela equiparação dos salários com os homens, quando exercem a mesma função, tudo isso sem contar com a dupla jornada de trabalho a que a grande maioria das mulheres estão submetidas.

E qual seria a saída diante da tragédia que se reproduz ao longo do tempo? Uma delas seria a educação. Inserir no currículo escolar o combate a um grande mal do nosso século, à violência contra a mulher.

Outra seria chamar os homens para as discussões, pois são os homens os agressores, e ainda cobrar dos políticos que o crime de homicídio contra a mulher seja transformado em feminicídio, com punições mais severas.

Os políticos, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores, não devem só mandar flores para as mulheres no dia 8 de março, mas apresentarem medidas efetivas, com clareza e objetividade que verdadeiramente insira a mulher na sociedade brasileira como um ser total e não como atualmente, um ser de classe inferior.

Autor: Ivam Galvão

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